Bem, somos um país de quase 200
milhões de habitantes então de acordo com o título do texto apenas em torno de
200 mil pessoas falam inglês no Brasil. Correto? Infelizmente é mais ou menos
por aí. Digo mais ou menos não para fugir dos números, mas sim porque é quase
impossível que possamos ter números exatos. Isso se deve ao fato de que não há
um medidor exato acerca do que é a fluência em uma língua. Todavia, do ponto de
vista deste blogueiro que vos escreve, fluência é a habilidade de se comunicar
de forma clara, precisa e eficaz; não necessitando que se tenha um conhecimento
de todas as palavras de uma língua, mas que se consiga estabelecer um
vocabulário preciso das palavras utilizadas no dia a dia. Por exemplo: se eu
sou um auxiliar administrativo que estuda inglês e possui um amplo vocabulário
sobre astronomia e baseball, porém um vocabulário mais pobre para os acessórios
com que trabalho; isso significa que os meus esforços para atingir a fluência
estão sendo mal aplicados. Uma excelente dica é mapear os locais onde se vai ou
está com mais frequência.
Mas a questão abordada nos leva a
pensar um pouco mais. Se praticamente toda a população que tenha acesso ao
ensino escolar estuda ou estudou a língua inglesa, por que pouquíssimas pessoas
a falam? E se formos considerar quem realmente fala inglês essa proporção fica
ainda mais vexatória. Conheço casos de pessoas que lecionam inglês, possuem um
vasto vocabulário e conhecimento prático do assunto, mas que na hora de uma
conversação face a face revelam-se muito aquém de seu nível. Estou abordando
esse assunto porque creio que esse perfil se encaixa em boa parte dos
professores de inglês do ensino fundamental e médio. Tendo isso em consideração
não nos espantamos com o fato de sairmos da escola sem falar inglês mesmo tendo
estudado por anos.
Em meu ponto de vista não tenho
nenhuma dúvida a respeito do porquê dessa desproporção. Existe uma enorme
diferença entre estudar algo e praticar algo. E isso se acentua ainda mais
dentro daquilo que faz parte das relações humanas, como a fala. Jamais será
eficaz estudar um idioma sem se aprofundar dentro do mesmo, sem viver o mesmo
em sua rotina. Do contrário esse idioma naturalmente se alojará nas suas
regiões cerebrais de “segundo plano”. É utópico estudar gramática durante anos
sem buscar uma aproximação com a linguagem popular e simplesmente querer se
comunicar sem soar robótico. Uma conversa em inglês dispensa apresentações
gramaticais e formalidades exageradas. Portanto eu quero lhe encorajar a deixar
os livros de gramática um pouco de lado e começar a ler livros de ficção ou
romance ou qualquer outro tema livre. Recomendo que você deixe de lado o conforto
dos filmes dublados e comece a assistir filmes em inglês mesmo, sem legenda,
ainda que a sua compreensão seja mínima. Equilibre aquilo que não compreende
com aquilo que está aprendendo; uma hora os dois lados se encontram. Para encerrar gostaria de dizer que apenas um
por cento da população fala inglês porque apenas um por cento da população quer
falar inglês de fato.
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