quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Por que apenas 1% da população brasileira fala inglês?




Bem, somos um país de quase 200 milhões de habitantes então de acordo com o título do texto apenas em torno de 200 mil pessoas falam inglês no Brasil. Correto? Infelizmente é mais ou menos por aí. Digo mais ou menos não para fugir dos números, mas sim porque é quase impossível que possamos ter números exatos. Isso se deve ao fato de que não há um medidor exato acerca do que é a fluência em uma língua. Todavia, do ponto de vista deste blogueiro que vos escreve, fluência é a habilidade de se comunicar de forma clara, precisa e eficaz; não necessitando que se tenha um conhecimento de todas as palavras de uma língua, mas que se consiga estabelecer um vocabulário preciso das palavras utilizadas no dia a dia. Por exemplo: se eu sou um auxiliar administrativo que estuda inglês e possui um amplo vocabulário sobre astronomia e baseball, porém um vocabulário mais pobre para os acessórios com que trabalho; isso significa que os meus esforços para atingir a fluência estão sendo mal aplicados. Uma excelente dica é mapear os locais onde se vai ou está com mais frequência. 

Mas a questão abordada nos leva a pensar um pouco mais. Se praticamente toda a população que tenha acesso ao ensino escolar estuda ou estudou a língua inglesa, por que pouquíssimas pessoas a falam? E se formos considerar quem realmente fala inglês essa proporção fica ainda mais vexatória. Conheço casos de pessoas que lecionam inglês, possuem um vasto vocabulário e conhecimento prático do assunto, mas que na hora de uma conversação face a face revelam-se muito aquém de seu nível. Estou abordando esse assunto porque creio que esse perfil se encaixa em boa parte dos professores de inglês do ensino fundamental e médio. Tendo isso em consideração não nos espantamos com o fato de sairmos da escola sem falar inglês mesmo tendo estudado por anos.


Em meu ponto de vista não tenho nenhuma dúvida a respeito do porquê dessa desproporção. Existe uma enorme diferença entre estudar algo e praticar algo. E isso se acentua ainda mais dentro daquilo que faz parte das relações humanas, como a fala. Jamais será eficaz estudar um idioma sem se aprofundar dentro do mesmo, sem viver o mesmo em sua rotina. Do contrário esse idioma naturalmente se alojará nas suas regiões cerebrais de “segundo plano”. É utópico estudar gramática durante anos sem buscar uma aproximação com a linguagem popular e simplesmente querer se comunicar sem soar robótico. Uma conversa em inglês dispensa apresentações gramaticais e formalidades exageradas. Portanto eu quero lhe encorajar a deixar os livros de gramática um pouco de lado e começar a ler livros de ficção ou romance ou qualquer outro tema livre. Recomendo que você deixe de lado o conforto dos filmes dublados e comece a assistir filmes em inglês mesmo, sem legenda, ainda que a sua compreensão seja mínima. Equilibre aquilo que não compreende com aquilo que está aprendendo; uma hora os dois lados se encontram.  Para encerrar gostaria de dizer que apenas um por cento da população fala inglês porque apenas um por cento da população quer falar inglês de fato.
























    

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